31 marzo 2007

Comentarios al artículo "¿Es conveniente engañar al pueblo?

Caríssima Liliana:

Sem desconsiderar teu fundamentados argumentos, que só merecem encômios, faço algunas breves considerações.


Segundo Don Nicolau Maquiavello, os homens se guiam pelas aparências, não pela realidade. Os políticos midiáticos, do show business -diante dessa audiência- têm opções: se for um estadista, tratará de mostrar a realidade ainda que ela contrarie as aparências. Nesse caso, o estadista sofrerá um alto custo político até que sua audiência termine por lhe dar razão; nesse momento o estadista se converterá num líder capaz de conduzir seu povo a novas conquistas. Com esforço, com dedicação, o fará educado, pois que estadista é um educador.

Porém os estadistas são raros e excepcionais. O que prevalece é o inverso, são numerosos e somente aspiram manejar com astúcia o mundo das aparências para despertar ovação na tribuna, no palco, no cenário da ilusão. MAQUIAVELLO em sua lúcida percepção da natureza (des) humana apontava sem ilusão para a envergadura (i) (a) moral dos príncipes e dos políticos no trato com o povo, quase todos eles estavam dispostos a manipular a realidade.

A arte da política transformou-se em arte da dissimulação. Nas pequenas praças políticas, porém era mais difícil. A Ágora ateniense, o Foro Romano, as pequenas cidades em geral em que a política era feita frente a frente, cara a cara, olho a olho e frente a uma realidade imediatamente perceptível por todos. Quando atuava como uma pessoa (persona - máscara, que os atores usavam) frente a outras - dissimulava e formava parte da arte política.

A situaçâo sociopolítica-econômica ou 'sociocriminal' atual é totalmente diferente. Entre os políticos que buscam enganar as massas a quem se dirigem, existe um abismo de informação. Os cidadãos, já não estão na presença direta dos políticos porque entre uns e outros há uma imensa distância, e o que se vê é o povo, o sempre respeitável e distinto povo, em forma abstrata, não uma pessoa física, viva, em carne e osso, e aí se verifica uma trama completa de mensagens desconexas nos meios massivos de comunicação com a ajuda de pesquisas de opinião, muitas vezes indutoras de conduta –imperando assim, entre os receptores da mensagem política– uma correta e justificada sensação de desconfiança.

A mentira política por sua vez conjura medo e esperança: recorrer a um deles é gerar o outro; torna-se instrumento de governança num mundo absorvido pelo 'mal' e pela guerra permanente, onde o predomínio ainda é do mais forte; e, na lógica do mestre de manipulação das massas. "Ninguém perguntará ao vitorioso se mentiu ou disse a verdade." (Adolf Hitler).

Por outro lado, a mentira tende a gerar o autoritarismo que serve aos famigerados intelectuais orgânicos sequiosos de poder, não raro ligados a corporações, associações, sociedades, ONGs e movimentos sociais de todo gênero, nas conhecidas 'igrejas universitárias', todas experientes nos ardis e na manipulação política, em que a máscara representativa encobre um 'despotismo mascarado', onserva-se um realismo nu e cru que demonstra o cinismo proclamando alto e bom som os 'cínicos' sempre foi assim, inclusive o cancro da corrupção.

Essa conduta contrária à liberdade e ao curso natural das coisas foi percebida já no século XVIII:

“Além disso, pouco se requer, para levar um Estado da barbárie mais baixa para o mais alto grau de opulência, além da paz, impostos baixos, e uma administração aceitável da justiça; todo o resto é feito pelo curso natural das coisas. Todos os governos que interferem nesse curso natural, que forçam as coisas para outra direção, ou que se empenham em sustar o progresso da sociedade em um ponto específico, não são naturais e para subsistirem têm de ser opressivos e tirânicos”. Introdução de Edwin Cannan, p. 20 in Smith, Adam. A Riqueza das Nações, Investigação Sobre sua Natureza e suas Causas (Inqury into the Nature and Causes of the Welth of Nations. Edited by Cannan. Dois volumes em um. Chicago the University of Chicago Press, 1976). São Paulo: Abril Cultura, 1983 (coleção Os Economistas, V. I).


Como questionar? Há um generoso e despreendido sentimento idealista que impulsiona a resistir e superar mediante um extraordinário esforço, no que caberia uma campanha de denúncias uma 'revolução moral', ao invés da resignação que implicaria no abandono do sonho de uma democracia em ascensão, sem pretender no entanto, uma imediata regeneração moral que certamente enveredaria em utopias que podem muito bem 'salvar' almas individuais mas não poderiam mobilizar efetivamente toda a Nação.

Assim entre a descrença de uns e a exaltação de outros, o que resta, em definitivo é um longo e tortuoso caminho da superação ou o apego à abstração como disse o professor E.H. Carr: "Eu olho para um mundo em desordem e um mundo sofrendo e respondo com as palavras gastas de um grande cientista: Ainda assim, se move" (referindo-se à Galielo Galileo, "eppur si muove").

Finalizo comungando com Bossuet: 'Deus permite que os perversos triunfem, porém, em dado momento Ele dá um basta."

Um afetuoso abraço - Rivadávia

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